O portal de notícias da TV Globo, g1.globo.com, G1 São Carlos e Araraquara, está informando nesta quinta-feira, dia 1º, que o Ministério Público anulou a prova para conselheiro tutelar em Mococa após constatar irregularidades:
“A fase de prova e redação da eleição que escolherá os novos conselheiros tutelares de Mococa (SP) será anulada e remarcada, conforme recomendação do Ministério Público (MP), após candidatos apontarem possíveis irregularidades no processo.
O processo é unificado em todo o Brasil e a eleição ocorre em 6 de outubro, mas cada município decide as datas das inscrições e quais são os critérios exigidos.
Em Mococa, o problema identificado pelo MP aconteceu na fase de testes, pois a folha de respostas estava com a identificação dos candidatos, contrariando o que estava previsto em edital.
Procurada pelo G1, a Comissão Organizadora do Processo de Escolha dos Conselheiros Tutelares da cidade, não quis se manifestar sobre o assunto. A data de aplicação da nova prova também não foi informada, mas deverá ser marcada sem causar prejuízo à data da eleição nacional.
Gabarito com identificação
As provas foram aplicadas em 23 de junho, na Escola Municipal Professor Barreto Coelho, a 33 candidatos do processo seletivo que elege os conselheiros tutelares que irão atuar entre 2020 e 2024.
De acordo com o 2º promotor de Justiça de Mococa, Frederico Liserre Barruffini, após receber os apontamentos de parte dos candidatos, foi solicitado com urgência informações à Comissão Organizadora do Processo de Escolha, que respondeu e encaminhou os documentos.
“Ao analisar a resposta da comissão e os documentos, notamos que as folhas de resposta das provas haviam sido identificadas com o nome e a assinatura dos candidatos, de tal modo que os corretores das provas tiveram acesso à identificação dos candidatos antes da correção”, explicou.
Por essa razão, o promotor de Justiça expediu uma recomendação para que fosse refeita a fase de aplicação das provas. Na quarta-feira (31), Barruffini confirmou ao G1 que a comissão acatou o pedido.
Inquérito apura irregularidades
Além da irregularidade apontada como motivo para anulação, nove candidatos apresentaram outros pontos de atenção em um abaixo-assinado protocolado na promotoria do município em 2 de julho.
Segundo o professor Ricardo de Sales, um dos candidatos do processo, no total são 17 considerações de irregularidades no processo. Entre elas estão:
- O atraso na abertura da escola e início da prova;
- A saída de um candidato durante a prova para fazer uma cópia do caderno de questões por falta de impressões para todos os 33 candidatos;
- Ausência de lacre no pacote de provas;
- Falta de informações no edital sobre a redação;
- Gabarito divulgado em menos de 3 horas após o início da prova no grupo do Whatsapp por uma candidata.
"A gravidade dos fatos relatados são de relevância social. O processo irá escolher conselheiros que trabalharão com crianças em situação de risco e isso exige muita responsabilidade. Os erros cometidos durante a aplicação das provas são erros principiantes, que jamais podem ser aceitos", disse o professor.
De acordo com o promotor, essas irregularidades ainda não foram confirmadas e serão investigadas no inquérito civil, instaurado em 24 de julho, e ainda em curso”.
(Foto: G1 São Carlos e Araraquara/reprodução Google Maps)
Fonte e autoria da notícia: G1 São Carlos e Araraquara